Muito antes dos recentes escândalos sexuais de Hollywood começarem a emergir, a atriz Maureen O’Hara, estrela de filmes como “O Milagre da Rua 34” e “O Corcunda de Notre Dame”, já chamava atenção para o comportamento abusivo dos figurões da indústria cinematográfica.

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Em uma entrevista de 1945, a atriz declarou que estava pronta para deixar o cinema depois de ser rotulada como “uma batata desprovida de sensualidade”. Tudo por conta da sua recusa às investidas dos executivos dos estúdios de cinema.

No último fim de semana, o pianista britânico James Rhodes postou em sua conta no Twitter a declaração dada pela atriz ao jornal The Mirror há 72 anos. Uma prova de que as histórias que começam a aparecer em Hollywood são apenas uma pequena porção dessa longa tradição de assédio por trás das câmeras.

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“Estou tão chateada com isso que estou pronta para deixar Hollywood” dizia Maureen, na época com 25 anos. “A situação está tão ruim que odeio ir para o trabalho de manhã. Sou uma vitima indefesa de uma campanha de difamação. Porque não deixo que o produtor e o diretor me beijem toda manhã, ou não permito que me apalpem, andaram espalhando que não sou uma mulher, que sou um pedaço frio de mármore.”

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E a atriz não parou por aí: “Acho que Hollywood não irá me ver de forma diferente até que eu me divorcie de meu marido, entregue meu bebê para alguém cuidar e coloque meu nome e minhas fotos em todos os jornais. Se é essa a idéia que Hollywood tem de uma mulher então estou pronta para desistir.”

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Maureen O’Hara nunca abandonou as telas e teve uma longa e bem sucedida carreira no cinema. Ela morreu em 2015, aos 95 anos. Deixou a todas as mulheres uma lição de força e coragem. Um exemplo a ser seguido.